quando as palavras esgotam
o possível
ah
já iam além de cansadas né
despossessas
esfoliação de núcleos
cirúrgico procedimento
alongando e abreviando
corpos e fronteiras
entre vivido e imaginado
inventado e deveras visto
palavra
des comungam
com as coisas elas mesmas
objetos fracta
e não há já mais nomenclatura eh
só fluxo
ondas de vozes
história
a flor
ah essa é mais embaixo
mas e o poeta ele mesmo
ah esse
se faz mais que a carne e o tempo in verso
poltergeist que nos tenta
dá pras gentes o que não
é de gente
contatamos com o plano etéreo
Ricardo Escudeiro nasceu em Santo André-SP, em 1984, onde vive. É autor dos livros de poemas rachar átomos e depois (Editora Patuá, 2016) e tempo espaço re tratos
(Editora Patuá, 2014). Graduado em Letras na USP, desenvolve projeto de
mestrado com interesse em Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e
Estudos de Gênero. Assina a coluna desglutição, no Portal
Heráclito. Atua no ensino fundamental II e no ensino médio. Possui
publicações em mídias digitais e impressas: site da Revista CULT,
Mallarmargens-revista de poesia e arte contemporânea, Germina-Revista de
Literatura & Arte, Jornal RelevO, Revista Nefelibata, Revista Gente
de Palavra, Revista SAMIZDAT, 7faces caderno-revista de poesia, Revista
Pausa, Flanzine (Portugal), Revista Carlos Zemek, Revista Mortal.
Publica poemas mensalmente na Revista Soletras, de Moçambique.
Nenhum comentário:
Postar um comentário